sábado, 7 de junho de 2014

IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DOS CONTAMINANTES EM PESCADO

Ao consumo de produtos da pesca são atribuídos inúmeros benefícios nutricionais. Assim, estes produtos são ricos em proteínas de elevado valor biológico e lípidos constituídos por ácidos gordos polinsaturados da família omega-3, em particular os ácidos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA), os quais se salienta a sua ação benéfica a nível cardiovascular e desenvolvimento fetal.

Todavia, se o valor nutricional do peixe é indiscutível o mesmo já não se passa com o risco de exposição do consumidor a substâncias poluentes que se podem acumular na parte edível. Os perigos resultantes da presença destes compostos em ambiente aquático implica não só a sua persistência e toxicidade mas também um grau considerável de concentração na cadeia trófica, o que constitui um fator de risco para a saúde humana.

O modo de vida atual envolve o ser humano num ambiente onde a presença de metais tóxicos, ou metais pesados, é permanente e quase sempre invisível. A nossa contaminação torna-se, pois, inevitável e generalizada. Denominam-se metais pesados aqueles metais que não fazem parte da normal constituição do nosso organismo. Por isso, os nossos sistemas metabólicos não sabem como lidar com eles, nem são capazes de os excretar. Assim, os metais tóxicos passam a ser uma causa de perturbação crónica e progressiva das funções metabólicas e celulares. A absorção de metais pesados em doses diminutas, mas repetidas, acaba por se transformar numa intoxicação grave e mensurável.

Numa tentativa de se proteger dos seus múltiplos efeitos prejudiciais, o nosso organismo procura “arrumar” os metais pesados nas células ricas em gordura. Os órgãos mais ricos em gordura são o cérebro, a medula óssea e depois o fígado e os músculos. Compreende-se assim a associação que está estabelecida entre intoxicação por metais pesados e numerosas doenças, com relevo para a diminuição da capacidade cognitiva e doenças degenerativas.

Trabalho de estágio

Em termos do trabalho que me foi atribuído para desenvolver no período de estágio decorrerido na ASAE, e de acordo com o que foi referido na publicação referente às funções da minha área de formação, nomeadamente em Saúde Ambiental, o meu trabalho incide especificamente sobre os perigos associados ao consumo de pescado.

Uma das grandes preocupações a nível mundial está associada à contaminação dos mares. Nesse âmbito, e porque grande parte do peixe que chega à mesa dos consumidores portugueses é proveniente do mar, importa identificar quais os perigos associados ao consumo do peixe proveniente desse local e perceber que influencia tem a contaminação marítima a nível de contaminantes (mais especificamente os metais pesados), entre outros perigos.

Assim, correlacionando estas duas áreas, saúde ambiental e segurança alimentar dos consumidores, a parte prática do meu trabalho incidiu em duas das etapas da metodologia da avaliação dos riscos, nomeadamente com a identificação dos perigos associados ao consumo de pescado e respetiva caraterização desses mesmos perigos, através da compilação de todos os dados existentes relativamente às amostras de pescado colhidas no âmbito do Plano Nacional de Colheita de Amostras (PNCA), ou seja no âmbito do controlo oficial em pescado.

O trabalho desenvolvido nesse âmbito durante o período de estágio resultou na seguinte apresentação, onde divulgo os dados trabalhados.



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