terça-feira, 22 de abril de 2014

PNCA PARTE 2 – “CAPITAÇÃO ANUAL DOS CONSUMOS ALIMENTARES”

Análise crítica

Fig. 1 - Qual a escolha certa?
Na publicação alusiva ao tema do PlanoNacional de Colheita de Amostras – PNCA – abordei um indicador de risco com mais detalhe, nomeadamente a “Capitação anual dos consumos alimentares”. Este indicador, juntamente com mais outros dois indicadores (o grau de risco dos perigos identificados e o grau de incumprimento), fornecem as informações necessárias para se proceder ao planeamento da amostragem do PNCA, tal como previsto no artigo 3º do Regulamento (CE) nº 882/2004. Ou seja, é através destes indicadores que se definem quais os géneros alimentícios a colher no ano seguinte e a frequência da amostragem.

De seguida irei abordar novamente parte deste tópico, inserido na publicação supracitada, de modo a que seja mais fácil compreender a análise efetuada sobre os consumos alimentares dos portugueses e a sua compreensão por parte do leitor.
  

“Capitação anual dos consumos alimentares


É importante que os dados de consumo alimentar sejam os mais completos possíveis, permitindo saber as quantidades consumidas de um determinado alimento, em média, bem como permitir estratificar a população em várias categorias, de acordo quer com as características desta população (localização geográfica, sexo, idade, escolaridade) quer com os hábitos e padrões alimentares. Esta pormenorização dos dados permitirá uma mais fácil identificação de populações que, devido às suas características ou padrões alimentares, se possam considerar de risco.

A Roda dos Alimentos é uma ferramenta de trabalho e de educação alimentar que é constituída por uma imagem ou representação gráfica, que ajuda a escolher e a combinar os alimentos que deverão fazer parte da alimentação diária. É um símbolo em forma de círculo que se divide em segmentos de diferentes tamanhos que se designam por Grupos e que reúnem alimentos com propriedades nutricionais semelhantes. A Roda dos Alimentos Portuguesa foi criada em 1977 para a Campanha de Educação Alimentar – “Saber comer é saber viver”. A evolução dos conhecimentos científicos e as diversas alterações na situação alimentar portuguesa conduziram à necessidade da sua reestruturação.

Os dados apurados pela Balança Alimentar Portuguesa, através de um estudo efetuado pelo Instituto Nacional de Estatística, revelaram que, no período decorrido entre 2003 e 2008, ocorreram desequilíbrios da dieta alimentar portuguesa. Excesso de calorias e gorduras saturadas, disponibilidades deficitárias em frutos, hortícolas e leguminosas secas e recurso excessivo aos grupos alimentares de “Carne, pescado, ovos” e de “Óleos e gorduras” caracterizaram a alimentação em Portugal, nesse período. A análise por produtos alimentares revela disponibilidades crescentes nas carnes e pescado. No primeiro caso, a carne proveniente dos animais de capoeira foi a que mais cresceu no período em análise e representava, em 2008, 33% das disponibilidades totais de carnes; no pescado, e apesar do aumento das disponibilidades, assistiu-se a uma redução em 20% das disponibilidades de bacalhau. Constata-se, ainda, uma substituição das raízes e tubérculos por cereais, e da margarina por azeite. De assinalar, ainda, que a partir de 2007 as disponibilidades de cacau e chocolate ultrapassaram as do café. A cerveja continuou a ser a bebida alcoólica preferida pelos residentes em Portugal, enquanto nas bebidas não alcoólicas a bebida com maior destaque foi ocupada pela água.

Fig. 2 - Roda dos Alimentos vs Balança Alimentar Portuguesa 2003-2008


A dieta alimentar portuguesa afasta-se progressivamente dos intervalos recomendados pelas boas práticas nutricionais: para se alcançar a tipologia de consumo preconizada pela roda dos alimentos, os cidadãos residentes em Portugal deveriam aumentar em cerca de 5 vezes as quantidades consumidas de leguminosas secas e suplementar ainda a sua dieta com hortícolas e frutos em, respetivamente, mais 79% e 48%. Por outro lado, o consumo de carne, pescado e ovos e de gorduras e óleos é excedentário, tornando-se necessário reduzir as quantidades disponíveis para consumo em, respetivamente, 70% e 67%.

Novos dados foram disponibilizados pelo Instituto Nacional de Estatística, em Abril de 2014, relativos à BAP, onde retrata as disponibilidades alimentares e a sua evolução em Portugal no período entre 2008 e 2012.

Apesar dos consumos alimentares per capita terem aumentado 2,1% face às da BAP 2003-2008, a comparação da distribuição desses consumos com o padrão alimentar preconizado pela Roda dos Alimentos continuou em 2012 a evidenciar desequilíbrios alimentares, caracterizado por excesso de produtos alimentares do grupo da “Carne, pescado e ovos” e “Óleos e Gorduras” e défice de “Hortícolas”, “Frutos” e “Leguminosas secas”.

·      Os grupos dos “Cereais, raízes e tubérculos” e dos “Lacticínios” continuaram a apresentar disponibilidades próximas do padrão alimentar recomendado, no entanto, ainda com consumos acima do recomendado.

·    O único grupo de produtos alimentares cujas disponibilidades diárias per capita aumentou foi o dos “Produtos hortícolas” (+5,8%), ainda assim não em quantidade suficiente para corrigir o desequilíbrio deste grupo face ao recomendado pela Roda dos Alimentos.

·      Dos restantes grupos, destacam-se os decréscimos das disponibilidades das “Leguminosas secas” (-13,9%) e dos “Frutos” (-9,5%), o que contribuiu para agravar ainda mais o défice destes grupos face às recomendações de consumo.

·   Os decréscimos verificados nos grupos “Carne, pescado e ovos” (-8,2%) e “Óleos e gorduras” (-2,5%) não foram suficientes para baixar substancialmente as disponibilidades excedentárias destes grupos.”


Fig. 3 - Roda dos Alimentos vs Balança Alimentar Portuguesa 2008-2012











ANÁLISE CRÍTICA

Da leitura efetuada conclui-se que “a dieta portuguesa afasta-se das boas práticas nutricionais” recomendadas. Os consumos alimentares preconizados pela Direção-Geral do Consumidor estão representados acima, na Figura 2 e 3, na Roda dos Alimentos (lado direito), e mostram as quantidades médias, em percentagem, dos diferentes grupos de géneros alimentícios que devem ser incluídos numa alimentação diária. Cada grupo apresenta funções e características nutricionais específicas, pelo que todos eles devem estar presentes na alimentação diária. No entanto, ao compararmos a Roda dos Alimentos com os estudos efetuados pelo Instituto Nacional de Estatística, nos períodos temporais entre 2003 e 2008 (Figura 2) e entre 2008 e 2012 (Figura 3), os quais deram origem às respetivas Balanças Alimentares Portuguesas, é de fácil interpretação que todos os grupos de géneros alimentícios são consumidos em proporções muito superiores, ou inferiores, às que supostamente deveriam ser consumidos segundo a Roda dos Alimentos:
  • Os grupos das frutas, hortícolas e leguminosas continuam a ter consumos deficitários pela população portuguesa. Estes alimentos representam uma parte fundamental de uma alimentação saudável pois fornecem, geralmente, quantidades relativamente reduzidas de calorias, por isso dizem-se alimentos com elevado valor nutricional. Estes produtos, juntamente com o grupo dos cereais e tubérculos, são alimentos ricos em fibra, vitaminas, sais minerais e com baixo teor de gordura, por isso devem ser os “alimentos base” do seu quotidiano. Dentro dos benefícios relativos ao consumo deste tipo de alimentos temos a capacidade de produzir uma sensação de saciedade, que se deve ao fato de conterem muita água e diferentes tipos de fibras alimentares que, aliado a uma atividade física regular contribuiu para a manutenção do peso saudável.

  • Os grupos dos cereais e tubérculos; carnes, pescado e ovos; laticínios e óleos e gorduras continuam a ser consumidos de forma excessiva. Estes produtos são ricos em hidratos de carbono, proteínas e gorduras, nutrientes estes que nos fornecem energia. O açúcar simples (açúcar de cana simples ou adicionado a refrigerantes, produtos de pastelaria e confeitaria, rebuçados, gomas, chocolates, sobremesas doces, marmeladas, etc.) é um tipo de hidrato de carbono que, pelos seus efeitos prejudicais à saúde, deve ser consumido com regra e muita moderação. As proteínas são nutrientes plásticos fundamentais, isto é, o nosso organismo utiliza as proteínas que consumimos para a construção de órgãos, músculos, pele, cabelo e muitos outros compostos. A gordura (saturada, monoinsaturada, polinsaturada, colesterol, entre outras) é um nutriente necessário para, por exemplo, fornecer os ácidos gordos essenciais que não podem ser sintetizados pelo nosso organismo e são fundamentais para o crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes e para a manutenção do estado de saúde físico e mental de adultos. Como o tipo de gordura consumida é fundamental, deve-se procurar reduzir o consumo de gorduras saturadas (que se encontram principalmente em produtos de origem animal) e privilegiar as gorduras monoinsaturadas (por ex.: azeite) e polinsaturadas (ex.: óleo de amendoim, óleo de girassol), preferindo sempre o azeite a todas as outras gorduras.


A situação evidenciada acima traduz-se numa adoção por parte da população portuguesa de maus hábitos alimentares e estes desequilíbrios nutricionais podem originar sérios problemas de saúde. Em 2001 as doenças crónicas não transmissíveis contribuíram para quase 60% dos 56 milhões de mortes anuais. Segundo o Relatório Mundial de Saúde de 2002 da Organização Mundial de Saúde (OMS), os fatores de risco mais importantes, para esses tipos de patologias, incluem hipertensão, consumo de tabaco, consumo de bebidas alcoólicas, deficiência em ferro, colesterol sanguíneo elevado, consumo inadequado de frutos e hortícolas, inatividade física e o excesso ponderal. Hábitos alimentares pouco saudáveis e inatividade física, estão entre as principais causas para o aumento dos fatores de risco referidos e para o aparecimento de doenças como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2 e certos tipos de cancro, que contribuem substancialmente para as despesas globais com a saúde e para os valores de mortalidade. 

A OMS recomenda aos Estados-Membros, no seu Relatório Mundial de Saúde de 2002, áreas de intervenção para que sejam feitos esforços no sentido de melhorar a situação ao desenvolver planos de ação, recomendações à população, investigação e outras atividades que visem promover hábitos alimentares e de atividade física mais saudáveis:
  •  Educação, comunicação e consciencialização da população;
  • Criação de recomendações nacionais para a alimentação e a atividade física;
  • Marketing, publicidade e promoção de produtos alimentares para crianças e adolescentes. Sugere-se que nenhuma destas atividades deve explorar a credulidade e inexperiência destas faixas etárias, e que mensagens que promovam hábitos alimentares pouco saudáveis ou um estilo de vida sedentário devem ser desencorajadas, devendo os governos ter nesta área um papel coordenador e principalmente regulador;
  • Melhoria e monitorização da rotulagem nutricional;
  • Controlo da utilização de “menções de saúde” nos produtos alimentares;
  • Promoção de alimentos que, numa alimentação saudável, devem ser consumidos diária e regularmente;
  • Políticas fiscais. Uma vez que o preço dos alimentos é um dos fatores que influencia a escolha dos consumidores, as políticas fiscais implementadas devem influenciar o preço dos alimentos através da aplicação de taxas que favoreçam a escolha e adoção de hábitos alimentares saudáveis;
  • Programas alimentares de ajuda aos mais carenciados;
  • Políticas agrícolas. A política agrícola de um determinado país pode ter uma grande influência nos hábitos alimentares da população, assim, a política deve ser escrita e implementada tendo também em consideração a promoção da saúde e a prevenção das doenças crónicas não transmissíveis;
  • Desenvolvimento de políticas multisetoriais para a promoção da atividade física;
  • Implementação de programas escolares que apoiem a adoção de hábitos alimentares saudáveis e de práticas de atividade física adequadas.

As áreas de intervenção acima referidas exigem conhecimentos especializados de áreas profissionais da segurança alimentar, educação para a saúde e da intervenção essencial, ou praticamente obrigatória, do Governo de cada país de modo a desenvolver políticas que favoreçam e ajudem a atingir os objetivos de uma população saudável, com boas práticas alimentares.  

Neste sentido, a ASAE contribui com técnicos especializados que trabalham para melhorar e monitorizar a rotulagem nutricional e também para controlar a utilização de “menções de saúde” nos produtos alimentares, tudo no âmbito do PNCA, plano este que se insere no controlo oficial de géneros alimentícios.

Apesar de, no meu âmbito de estágio, não estar a trabalhar diretamente no controlo da rotulagem ou da utilização de “menções de saúde” nos produtos alimentares, são tarefas que podem ser realizadas por mim, como futura Técnica de Saúde Ambiental, em conformidade com o que foi referido na publicação referente às funções da minha área de formação académica.

Ainda nesta linha de pensamento, a ASAE desenvolveu recentemente na área preventiva um projeto de promoção e educação para a saúde, realizado em contexto escolar, o que mais uma vez é aqui evidenciado como sendo uma área de especial interesse para um Técnico de Saúde Ambiental devido à sua grande formação como Educador de Saúde. Neste sentido, e após as conclusões referidas sobre os consumos alimentares dos portugueses, torna-se importante unir esforços com o apoio do Estado, a nível financeiro, para que sejam implementados diversos planos de ações para a formulação de ações de formação, no âmbito da promoção da saúde, que abrangem todas as idades. Isto porque cada grupo etário está em fases diferentes de vida, com diferentes perceções e conhecimentos sobre o que é a qualidade de vida e quais as atitudes que se devem adotar para tenham uma vida saudável e longa.

Saúde infantil - Lactentes 


  • Uma gravidez saudável pode evitar deficiências congénitas, no entanto um número considerável de limitações e deficiências permanentes desenvolvem-se após o parto. Entre elas, e dependendo do país, encontra-se: uma alimentação deficitária e um atraso do crescimento do bebé devido a uma dieta baixa em calorias, proteínas, minerais (especialmente o ferro e o iodo) e vitaminas (principalmente o ácido fólico). Este estado é agravado com situações de diarreia, sequelas de infeções infantis, doenças parasitárias e traumatismos (tanto acidentais como intencionais). Todas estas causas podem ser combatidas mediante a mudança social e do próprio comportamento. Numa revisão sobre a epidemiologia da deficiência intelectual pré-natal e pós-natal, chegou-se à conclusão de que, como um todo, a sua frequência é semelhante ao das doenças pediátricas graves mais comuns. Portanto, a sua prevenção é essencial para melhorar a saúde das crianças.

Saúde infantil - Crianças até aos 14 anos de idade


  • As crianças e os jovens entre os 5 e os 14 anos de idade encontram-se numa fase ideal para aprender e reforçar os valores e práticas que promovem uma boa saúde durante o resto das suas vidas. Nestas idades, as crianças interiorizam profundamente os valores apreciados pela sua família e pela sua religião. As escolas, os grupos sociais e a sociedade têm também uma grande influência no desenvolvimento intelectual das crianças através da demonstração de modelos e conhecimentos de como viver a vida de uma forma positiva e saudável. 
    A infância é o momento crítico para as crianças desenvolverem as suas preferências alimentares, é o momento de criar o gosto pelos diversos tipos de vegetais, frutas e cereais. É preciso dizer à criança e ensinar-lhe a forma de recompensar-se a si mesmo pelas atitudes e comportamentos positivos. Se o tempo das refeições é um momento feliz, a alimentação da infância irá ser mais apreciada e continuará a fazer parte de uma memória agradável à medida de cresce. Também é esta a idade em que se deve desencorajar o consumo de alimentos de alimentos gordurosos, de doces e de alimentos que não são nutritivos, pois contêm muito açúcar, gorduras ou sais, poucas fibras ou nutrientes essenciais. A melhor maneira dos pais reforçarem esses hábitos nos seus filhos é praticando-os eles próprios, melhorando também a sua saúde. 
    No entanto, com a grande ascensão dos meios de comunicação e o poder de influência que têm, reforçam conceitos totalmente opostos. Para além de que, a própria sociedade disponibiliza aos consumidores produtos que são pouco nutritivos e até mesmo com contra-indicações e, se consumidos em demasia, podem constituir um perigo para a saúde da população.

Saúde na adolescência – Adolescentes e jovens adultos dos 15 aos 24 anos de idade


  • A adolescência é o momento de rever os princípios e valores adquiridos na infância. As preocupações de saúde neste grupo etário são diferentes, e os jovens começam a assumir responsabilidades que antes eram dos seus pais, tais como a promoção da sua própria saúde e o autocuidado em relação a problemas de saúde menores. Hoje em dia vivemos num mundo onde a nutrição excessiva é um problema. Em muitas culturas, a alimentação fast food tem grande popularidade entre os adultos jovens e pessoas de meia-idade. São alimentos ricos em calorias mas relativamente pobre em nutrientes, como aminoácidos, vitaminas, minerais e antioxidantes. Os doces, bebidas gasosas, cerveja, batatas fritas e bolos são exemplos desse tipo de alimentos. Existem vários transtornos relativos à alimentação de origem psicológica que afetam sobretudo raparigas e jovens mulheres entre os 15 e os 34 anos e manifesta-se devido a uma ingestão calórica demasiado alta ou baixa. Os transtornos da alimentação mais frequentes são a anorexia nervosa, a bulimia nervosa, a alimentação compulsiva e a alimentação excessiva crónica que conduz à obesidade, associada a complicações de saúde graves. A adolescência é o momento ideal para pôr em marcha programas de prevenção primária e secundária contra a obesidade, uma vez que é a idade em que as pessoas adquirem maior autonomia em termos de hábitos alimentares e também quando começam a aparecer muitos casos de superalimentação crónica.

 Saúde na vida adulta – Entre os 25 aos 64 anos de idade


  • Este grupo etário constitui o “motor” da comunidade. Estas pessoas são mais produtivas, impulsionam e dirigem a economia e as que orientam o estilo de vida e o futuro da comunidade. São as que tomam as decisões e as que se preocupam em desenvolver e conseguir progressos sociais e de saúde nos locais onde residem. Quando os jovens adultos chegam à faixa etária entre os 25 e os 64 anos de idade, trazem consigo uma variedade de fatores de risco e problemas de saúde aos quais foram expostos quando eram mais novos. Hoje é mais importante que nunca melhorar a saúde dos adultos porque:

o    Existem mais adultos que no passado;
o Os adultos são responsáveis por criar os filhos e ensiná-los a tornarem-se cidadãos responsáveis e saudáveis;
o  Os adultos são o “motor económico” da sociedade, os que produzem os recursos necessários para diminuir o nº de casos de doenças e a pobreza das comunidades e melhorar os índices de saúde com uma melhor satisfação com a vida. 




Saúde na terceira idade – Entre os 65 aos 100 anos de idade


  • O declínio funcional que acompanha o envelhecimento pode ser adiado mantendo uma vida ativa física, mental e social. Portanto, o objetivo dos programas de promoção de saúde direcionadas a pessoas de idade avançada não é prolongar a vida indefinidamente, mas, acima de tudo, para melhorar a qualidade de vida o quanto possível para os anos que restam. Um dos fatores de risco das principais causas de morte e de deficiências é a alimentação. As dietas ricas em gordura elevam o risco de cancro do cólon e da próstata e, talvez, de outros tipos de cancro. Também influencia, de forma determinante, o aparecimento da aterosclerose (doença inflamatória crónica que produz um espessamento e endurecimento da parede da artéria), que se expressa na forma de ataques cardíacos e de tromboses cerebrais. A obesidade sobrecarrega o coração e os pulmões, eleva a pressão arterial, está associada a um aumento de lipoproteínas de baixa densidade (“colesterol mau”) e favorece o desenvolvimento da diabetes mellitus. Além disso, ao constituir um excesso de peso nas pernas, agrava a artrite nas articulações. A solução é perder peso e manter um peso saudável; por isso, é útil fazer exercício e reduzir a sua ingestão calórica ao consumir mais vegetais, frutas, saladas, cereais integrais e produtos láteos magros todos os dias. As carnes magras deverão ser consumidas com moderação, evitando as gorduras que se solidificam a uma temperatura ambiente.


As medidas de prevenção de doenças e de promoção da saúde não têm que ser, necessariamente, abordadas apenas numa perspetiva clínica. Felizmente, muitas das necessidades das pessoas mais adultas podem satisfazer-se parcialmente através de atividades a nível comunitário. Os organismos da comunidade, os programas de extensão hospitalar, as igrejas, os grupos sociais e os centros da terceira idade podem organizar programas de educação para a saúde e/ou simples testes de diagnóstico e, se necessário, encaminhar as pessoas para os lugares certos.

Quando se trata de mudar hábitos, o enfoque do grupo tem uma grande vantagem: quando as pessoas que compartilham necessidades similares trabalham dentro de um mesmo grupo, podem ensinar-se e motivar-se uns aos outros de forma mais eficaz, melhorar as suas habilidades por imitação e repetição e recompensarem-se uns aos outros, mantendo um estilo de vida mais saudável. Um grupo amigável alcança estes objetivos de forma muito mais subtil, mais abrangente e mais poderoso do que qualquer médico, enfermeira, professora ou especialista. Com frequência, os grupos de autoajuda surgem por iniciativa de um profissional de saúde e a responsabilidade da sua direção recai pouco a pouco em líderes do grupo. A Organização Mundial de Saúde reconhece que o movimento de autoajuda em todas as suas formas é um veículo importante para conseguir a meta de “saúde para todos”. 


Espero que a informação vos seja útil.

Até Breve!

Fontes:

  1. Educação para a Saúde – Alimentação
  2. Princípios para uma Alimentação Saudável
  3. Princípios para uma Alimentação Saudável –Frutos, Legumes e Hortaliças
  4. Princípios para uma Alimentação Saudável –Gorduras
  5. Balança Alimentar Portuguesa 2003-2008 – “Dieta portuguesa afasta-se das boas práticas nutricionais”
  6. Balança Alimentar Portuguesa 2008-2012 – “Padrão das disponibilidades alimentares altera-se privilegiando os hidratos de carbono e cortando nas proteínas”
  7. Mejoremos la salud a todas las edades – Un manual para el cambio decomportamiento

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